sábado, 18 de abril de 2009

A Gazeta -07 março de 2009
Jornal A Gazeta - 07 de março de 2009
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Palhaço Tenorino apresentará espetáculo teatral em Xapuri
TIAGO MARTINELLO
Para levar a arte tea-tral para o interior do Estado, o grupo do palhaço Tenorino realizará, hoje, às 17h, a apresentação da peça “A menina e o palhaço” na Escola Antero Soares Bezerra, em Xapuri. O espetáculo, que terá entrada grátis e, por isso, será destinado a todos os tipos de público, faz parte de um projeto aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
O diretor do grupo, Dinho Gonçalves, explicou que a apresentação de hoje é a sexta de um projeto que começou desde meados do ano passado a fim de levar o teatro para 10 municípios do interior do Estado. Depois de Xapuri, a organização espera, dentro de uma semana, encená-la em Sena Madureira. As cidades de Plácido de Castro, Epitaciolândia e Senador Guiomard serão as próximas a serem agendadas.
“Eu tenho fome de levar o teatro para os lugares que não têm. É uma experiência fantástica porque se trata de uma arte milenar muito importante. Na própria Capital quase não há espetáculos, imagine no interior. Será que eles têm de vir a Rio Branco sempre que quiserem assistir uma peça? Não é justo e por isso que a idéia do meu projeto foi desenvolvida. Eu, por exemplo, estou louco para ir ao Jordão ou outras cidades. Todos só têm a ganhar com essa difusão do teatro”, comentou.
Para a população de Rio Branco que estiver ansiosa para ver ou rever o espetáculo do palhaço Tenorino ainda haverá chances. De acordo com Dinho Gonçalves, a resposta do projeto foi tão boa que o grupo pretende se apresentar na Capital acreana, provavelmente no mês de julho.
A respeito da Lei de Incentivo à Cultura e ao Desporto, lançada nesta semana pela Prefeitura de Rio Branco, através da Fundação Garibaldi Brasil, Dinho Gonçalves adiantou que trabalhará para apresentar algum projeto, o que significa que poderão haver mais realizações do grupo do palhaço Tenorino na cidade.

“A menina e o palhaço”A peça foi criada em 2001, escrita pelos dois atores principais, Dinho Gonçalves e Marília Bonfim. Ao todo, já foi apresentada mais de 300 vezes, inclusive em grandes cidades do Brasil, como Belém, Cuiabá, Macapá, Roraima, etc. O diferencial da obra consiste na abordagem de temas contrastantes da atualidade, pesquisados em livros de psicologia e relacionados a situações vividas por crianças.
“Por exemplo, a pobreza e a riqueza; a tristeza e a alegria; adultos e crianças e, o que talvez seja o mais marcante, a vida e a morte. Trabalhamos com muita seriedade para torná-la interessante; reflexiva. E não algo bobinho para crianças, que, no fim, não representará nada de útil ao seu desenvolvimento, levando em conta que todo trabalho de teatro educa ou deseduca. Não é raro as pessoas se emocionarem e sentirem vontade de chorar enquanto assistem”, ressaltou Dinho Gonçalves.
Sinopse: O espetáculo teatral conta a história de uma menina de baixa renda que sonha em ter o palhaço Tenorino na sua festa de aniversário. Um dia surge a oportunidade de ela conhecê-lo. Daí surge todos os detalhes e desenvolvimento da história que podem ser conferidos na apresentação.
Nem tudo se faz sozinhoAtravés da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a empresa que ajudou o projeto a se concretizar, recebendo os bônus de troca, foi a Ferramacre Materiais de Construções. “Depois do edital da Lei, eu mandei o projeto e ele foi aprovado com bônus de R$ 10 mil para ser realizado. A Ferramacre nos ajudou bastante comprando os nossos bônus (isto é, ao invés de ter de pagar R$ 10 mil em determinados impostos, destinou a quantia ao projeto do grupo do palhaço Tenorino. Assim que funcionou a Lei Estadual).
Para o evento na cidade de Chico Mendes, Dinho Gonçalves explicou que o grupo de teatro “Arte na Ruína” e a Secretaria Municipal de Cultura deram todo o apoio na organização e promoção local. “Eles mantiveram o nosso contato com a sociedade e nos pouparam bastante trabalho”, agradeceu Gonçalves.
CADA TEMPO TEM A OBRA DE ARTE QUE MERECE!

A atividade proposta na Tarefa 4 de História das Arte Visuais 2 , do Curso de Teatro da UNB/UAB, consiste em fazer uma leitura de três obras de arte produzidas em diferentes períodos históricos. Depois da análise, o aluno é convidado a criar sua própria obra.
A primeira imagem é a “Venus de Urbino”, pintada por Tiziano Vecellio, em 1538, em pleno período renascentista.



No primeiro plano, temos a figura de uma mulher com os olhos abertos. Não se trata mais de um ser mitológico, mas de uma mulher real, mostrando o ideal de beleza da época, com suas formas arredondadas e corpulentas, ombros largos e seios pequenos.

"A Vênus de Urbino" seria inspiração para "Olympia", do impressionista francês Manet mais de três séculos depois.

Nudez feminina não era exatamente novidade nas artes plásticas no ano de 1865, quando o pintor impressionista Édouard Manet (1832-1883) exibiu em Paris sua tela “Olympia”. O que se enxergava entre as molduras não era apenas o nu, mas o retrato da prostituição, da cortesã tão em voga na época, recebendo flores de um possível cliente. Trata-se de uma jovem prostituta nua, chamada Victorine Meurent. Acredita-se que é a modelo favorita de Manet. Nessa obra, a modelo está com um gato negro aos seus pés no lugar do cachorro de Tiziano
De certa forma, a cena escancarava o que a sociedade francesa tentava a todo custo esconder. Na época em que essa obra foi apresentada, o escândalo foi tão grande, a ponto de serem necessários dois policiais para resguardar a obra da fúria dos conservadores.
A terceira imagem é uma fotografia colorida, de Yasumasa Morimura, de 1988.



Trata-se de uma obra contemporânea que já não se preocupa com um possível “escândalo”, como ocorreu com a obra de Manet. A figura feminina cede lugar à masculina, nos remetendo ao homossexualismo, o que tem tudo a ver com uma época cuja bandeira de luta é o respeito à diversidade.
Essa três obras nos confirmam a idéia de que a obra de arte deve ser vista do ponto de vista técnico e histórico. Portanto, precisamos ter um olhar diferenciado para cada uma delas.
Para finalizar essa tarefa, deixo registrada aqui minha “Olympiazinha”, que nasce do universo infantil colorido que reina dentro de mim. Essa criação foi feita com minhas bonecas e contou com a participação toda especial do meu filho José Neto. Com a imagem na mão, ele foi atentamente “fiscalizando” a posição das bonecas e ainda me emprestou o ursinho rezando com as mãos juntinhas.
Cada obra no seu tempo!
Cada tempo tem a obra de arte que merece!
Marilia Bomfim.


"Olympiazinha"
Marilia Bomfim e José Neto
Acre, novembro de 2008

A Tribuna

JORNAL A TRIBUNA
Rio Branco- Sábado, 18 de Abril de 2009


Grupo leva A Menina e o Palhaço ao interior do Estado

A peça A Menina e o Palhaço fechou ontem a turnê pelo interior do Estado. Ao todo, foram dez espetáculos organizados em municípios que não possuem um calendário de encenações artísticas.
De acordo com um dos produtores e artista Dinho Gonçalves, as últimas cidades que receberam o show foram Senador Guiomard e Plácido de Castro.

“As apresentações foram realizadas em centros de convivência e escolas, porque não há espaço apropriado para esse trabalho no interior”, falou.

Dinho contou que o objetivo das apresentações foi chegar a um público que geralmente fica excluído das atrações teatrais.

“Geralmente, as peças são encenadas apenas em Rio Branco, deixando o interior carente de atividades artísticas, por isso resolvemos organizar um projeto que foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado”, detalhou o artista.

A Menina e o Palhaço está em cartaz desde 2001, realizando apresentações em diversos Estados, como São Paulo, Paraná, Roraima e Amapá.

A peça procura ilustrar o relacionamento entre uma menina pobre e um palhaço, trazendo ao palco as diferenças sociais, além de abordar a morte como uma fase natural para o desenvolvimento humano. (Freud Antunes)