terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Poder da Mídia


O tema central do filme “O Quarto Poder”, dirigido por Costa Gravas, é o poder da mídia perante a sociedade e sua influência na formação da opinião pública. Os personagens principais são: Repórter Max Brackett, interpretado por Dustin Hoffman; Sam Baily vivido por John Travolta e Alan Alda, interpretado por Kevin Hollander.

Os repórteres queriam fama e audiência, enquanto que Sam, de início, queria ser ouvido pela dona do Museu que o despediu. Depois de ser envolvido em um verdadeiro show de TV ao vivo, Sam desejava voltar para casa e ser aceito por sua família. Sua intenção nunca foi de seqüestrar crianças e fazer exigências à polícia.

O repórter Max induz as ações de Sam durante toda a história. No desfecho final, o próprio filme tenta causar no público uma comoção ao apresentar Max arrependido de suas atitudes, como se ele não tivesse nenhuma responsabilidade com o fim trágico de Sam.


Há uma série de hipocrisia e trapaças entre a própria categoria de profissionais da imprensa. O filme mostra a falta de ética profissional, onde a sociedade pouco importa para aqueles que decidem o que vai ser veiculado. Uma mesma reportagem, por exemplo, é editada de diferentes formas, obedecendo aos interesses das emissoras.
Esse filme apresenta também o que acontece no Brasil, pois os fatos são muito parecidos com a realidade da TV brasileira. Podemos associá-lo ao caso Eloar, onde a população foi “convidada” a não parar de assistir. Podemos citar ainda o sequestro do Silvio Santos ou todas aquelas reportagens que passam nas emissoras durante as tardes. “O Quarto Poder” mostra o mesmo circo armado.
“O Quarto Poder” é um filme que apresenta a mídia como o primeiro poder dentro de uma sociedade. A história de Sam provoca reflexão e emociona o público a partir de um roteiro muito bem pensado e interpretado.
Evidente que o filme e o documentário da semana “Muito além do Cidadão Kane” tem muito em comum, principalmente porque mostram o maniqueísmo doentio das emissoras de TV em busca de audiência e poder. O documentário produzido pela BBC de Londres centraliza-se na realidade brasileira, onde a Rede Globo influencia a vida política, social e cultural da população. Produzido em 1993, nunca foi ao ar no Brasil por decisão judicial, pois a Rede Globo não liberou as imagens de sua emissora.


“Muito além do Cidadão Kane” mostra o poder da TV Globo nas decisões políticas e seu envolvimento com contratos ilegais e apoios governamentais tendenciosos. Através de fortes argumentos, esse documentário nos apresenta uma emissora que ignora, distorce e manipula informações em prol de interesses econômicos e políticos. Os exemplos da eleição de Collor e a omissão da Rede Globo diante dos absurdos do Regime Militar são os pontos mais impressionantes do documentário.
Diante desse tipo de produção, também fica a interrogação do porquê a BBC teria interesse em ajudar a população brasileira a enxergar quem realmente é a Rede Globo. Por quê? Existe boa intenção nesse ramo?
Infelizmente temos que concluir que ainda estamos longe de possuir uma imprensa democrática capaz de promover a livre expressão. Precisamos, portanto, ficar mais atentos às informações e reconhecer que a família, e principalmente a escola, necessitam urgentemente levantar essa discussão, objetivando formar cidadãos mais críticos capazes de reconhecer o que realmente tem por trás das informações da mídia.

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